Existem múltiplos tipos de alergias, umas mais vulgares que outras. A expressão tornou-se comum e faz-nos esquecer que a alergia é uma defesa do organismo. Uma alergia é uma reação do sistema imunitário à presença de uma substância normalmente inócua para a maioria da população, sendo que o organismo de algumas pessoas vai interpretá-la como um corpo estranho – o alergénio, dando origem a reações que podem influenciar bastante a qualidade de vida e em casos graves, pô-la em perigo. A gravidade da alergia varia consoante o tempo de exposição ao alergénio, podendo mesmo tornar-se crónica. Neste tempo de primavera, as alergias respiratórias estão particularmente presentes.
O que acontece na prática?
O corpo desenvolve anticorpos específicos que provocam uma reação inflamatória, reação essa que pode aparecer de várias formas e em diversas zonas do corpo. As alergias funcionam como um 'excesso' de defesa.
Pólenes das plantas, pó da casa, ácaros, ovos, leite, citrinos, chocolate, marisco, medicamentos – há múltiplas substâncias capazes de provocar uma reação alérgica. Apesar de muitas alergias não terem cura, existem tratamentos que ajudam a aliviar os sintomas com excelentes resultados. Neste artigo falamos particularmente das alergias respiratórias que nos assolam nesta época do ano.
Podemos evitar os alergénios do ambiente exterior?
Os pólenes são os alergénios mais importantes do ambiente que nos rodeia. Para os doentes alérgicos aos pólenes, para quem a época mais crítica é a Primavera, algumas medidas podem ser úteis:
● Evitar ir para o campo durante os períodos de grande concentração de pólenes em especial no período da manhã:
● Usar óculos escuros;
● Evitar o fumo do tabaco, ativo e passivo;
● Planear viagens de trabalho ou férias escolhendo épocas do ano e locais livres dos pólenes para os quais é alérgico;
● Ventilar a casa mais ao final da tarde/noite e manter as janelas fechadas durante o dia;
● Conhecer o boletim polínico (prevê a concentração dos pólenes por região e data e está disponível no site da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica - www.spaic.pt;
● Usar capacete integral, no caso dos motociclistas;
● Manter as janelas do carro fechadas, em andamento.
Que cuidados deve ter para evitar crises alérgicas dentro de casa?
● Arejar diariamente e sempre a casa é um gesto muito importante, sob todos os pontos de vista. A renovação do ar ajuda a prevenir doenças, humidades, bolores, etc. Prefira arejá-la em alturas do dia com níveis de poluição mais baixos (noite, madrugada), sobretudo se a habitação estiver próxima de grandes redes viárias;
● Excluir radicalmente o tabaco dos interiores: o fumo do tabaco dentro de casa ou do carro é uma das coisas que mais desencadeia o processo alérgico;
● Controlar a humidade no interior da casa. Não podemos viver com humidade excessiva, nem com muito pouca. É importante estimular a ventilação com cuidado. O ideal é controlar a humidade relativa a menos de 50% e, se for preciso, usar um desumidificador;
● Aspirar a casa com um filtro específico de alta eficiência na remoção de partículas (nas lojas da especialidade sabem informá-lo);
● Ter atenção ao pelo dos animais, porque há muitas pessoas alérgicas. Se tiver sintomas constantes, é preciso fazer os testes para se certificar se é ou não alérgico. Se já os tiver, afaste-os do quarto de dormir, mantendo-os nas zonas comuns;
● Escolher bem o tipo de aquecimento para interior. As lareiras, por exemplo, podem lançar muito fumo e provocar irritação;
● Evitar alcatifas e carpetes excessivas. Substituir por pavimento de madeira envernizada, chão flutuante, linóleo, mosaico ou tijoleira, com o mínimo de tapetes;
● Lavar a roupa da cama e as coberturas plásticas com água a temperaturas superiores a 50ºC;
● Cobrir o colchão e almofadas com um resguardo específico e evitar colchões velhos, de forma a proteger-se melhor contra os ácaros;
● Preferir lençóis de algodão e edredão sintético (ao invés de cobertores e mantas);
● Retirar do quarto objetos que acumulem pó (ex. livros, brinquedos (peluches), etc.).
Quais os tratamentos farmacológicos mais comuns?
As pessoas que sofrem com alergias devem manter-se informadas, saber o que fazer perante uma crise e aconselhar-se com o médico de família - ou o médico da especialidade (alergologista ou imunoalergologista) - bem como pedir apoio na sua farmácia de proximidade. É necessário evitar os fatores de agravamento, tratar os episódios agudos com utilização de medicação e planear o tratamento preventivo através de vacinas antialérgicas, nos casos em que se aplicam. Há 3 grupos de medicamentos:
● Medicamentos sintomáticos, para o alívio das queixas, incluindo anti-histamínicos para o controlo dos sintomas de alergia a nível do nariz, dos olhos ou da pele e, broncodilatadores para o tratamento das queixas de asma, por exemplo;
● Medicamentos preventivos, anti-inflamatórios, que permitem combater a inflamação alérgica e evitar o aparecimento dos sintomas;
● Vacinas antialérgicas: são um tratamento específico, dirigido ao alergénio implicado, que podem ter grande eficácia desde que aplicadas corretamente e sempre com indicação e vigilância médica. É um método de tratamento que visa modificar a evolução da doença alérgica.
O seu farmacêutico pode acompanhar o seu caso, aconselhá-lo e apoiá-lo em qualquer questão, necessidade de adaptação ou dúvida na interpretação da prescrição médica. As Farmácias Silveira estão inteiramente ao seu dispor, sempre e quando mais precisa.
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